7 de setembro de 2006

Mais um poema

Hipopótamo
O hipopótamo é o animal
mais tranquilo que há.
Nada abala sua pesada calma
Um milhão de toneladas de placidez.
De uma só cor, de uma só pele,
o hipopótamo é só serenidade,
com seus olhos baixos, pequenos,
que com suave indiferença
fingem não perceber o que se passa.
O hipopótamo, parado, na água parada,
afogadamente descansa,
indolente, moroso,
desdenhoso das urgências da vida.
A pressa, a angústia, as tensões,
a escassez, a necessidade, o fim dos tempos,
o dinheiro, esse terrível mal humano,
inerte, o hipopótamo despreza.
Quanta sabedoria! Quanta paz!
Quem me dera, meu Deus,
quem me dera, um dia,
ser um hipopótamo!

Luis

2 comentários:

Anônimo disse...

heiuhushauiheiuhuishae
Muuuuito bom, tavares!
Sua criatividade sempre me surpreende..
E você tem um jeito lindo de criticar o mundo (ou mesmo de elogiá-lo)! Há alguns meses, quando eu disse que você tinha ganhado mais uma fã, eu nao brincava.

;*

Paola Sabino disse...

Simples, você é maravilhoso escritor!
eu não seria capaz de descrever um hipopótamo com tanta categoria!
ah sim! passa no meu blog, escrevi uma "crônica" se é assim que eu posso chamar aquilo. depois diz o que você achou.
e o concurso como anda?
dê notícias.
beijoo